SEJA BEM VINDO A NAÇÃO HIP HOP BRASIL SC

A Nação Hip Hop Brasil é a maior organização da América latina de Hip Hop. Com uma presença marcante e significativa nas principais cidades do Brasil. E como objetivo principal visa o fortalecimento da coletividade, com a ampliação da ação, discussão e fomentação cultural e social , focando a formação permanente de seus quadros para uma participação efetiva nas políticas publicas e culturais . Em Santa Catarina a Nação Hip Hop Brasil já se encontra nas principais cidades do estado, contribuindo para uma geração pensante e participativa. Temáticas e metodologias focadas na Cultura Hip Hop são as ferramentas atrativas para o levantamento dos temas sobre as problemáticas pertinentes a nossa sociedade. A Nação Mulher é um dos diversos exemplos de nucleação temática do NHHB-SC, espaço de reflexão e ação feminina que discute a problemática e assuntos relacionados às mulheres desde espaços na sociedade, direitos, saúde, organização e temas atuais. A NHHB-SC pretende, desenvolver projetos e programas que contribuam para com a sociedade, em especial a juventude da periferia, de maneira efetiva, elaborando políticas públicas que venham a atender as necessidades e demandas dessa parcela da população. Através dos elementos culturais do Movimento Hip Hop, buscaremos sensibilizar vários setores da sociedade para apoiarem projetos e programas voltados para estas idéias.

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sexta-feira, 11 de março de 2011

O Contraponto da Arbitrariedade

Sofri com aqueles que foram perseguidos, morri com aqueles que foram exterminados, mas me orgulho daqueles que deram a sua contribuição.
Para que possamos entender o fim, precisamos voltar ao início e descobrir que à tempos o caos já estava decretado, quando fomos entregues a vadiagem, quando nos foi negado aquilo que deveria ser nosso por direito, estava decretado quando nos negaram os elementos básicos para subsistência daqueles que fazem da margem um grande centro de improvisação e até hoje continuamos improvisando. Improvisamos saúde com folhas e ervas; improvisamos a educação e a vivência positivamente com a sabedoria de um velho griô; improvisamos o lazer nas ruas e bares da sarjeta. Somos parte de um povo que improvisa a cultura, a arte e sobrevivência por questão de necessidade e não por opção.
Fomos entregues a nossa própria sorte para que pudesse-mos sobreviver a fúria e a barbárie. E foi isso que vivenciamos na madrugada de sexta-feira, dia 11 de fevereiro na comunidade do Morro do Mocotó, quando policiais fortemente armados e despreparados executaram brutalmente o jovem de 23 anos Guilherme dos Santos(côco), alegando o obsoleto discurso da troca de tiros.
Testemunhas contam que o jovem tentou correr, e foi quando levou o primeiro tiro em uma das pernas, chegando a cair de joelhos e logo em seguida foi executado com aproximadamente 11 tiros. não houve tempo de perícia, pois o corpo já havia sido removido e arrastado literalmente do local pelos próprios policiais que, "erroneamente" acionaram o SAMU para socorrer um corpo já sem vida. Estranho não?
A revolta por parte dos moradores foi tanta, que dois dias após o ocorrido, rompeu-se a barreira da linha imaginária que separa o morro do asfalto para manifestar e questionar, não o que foi feito, mas o como foi feito. Mesmo assim jornais e meios de comunicações fascistas insistiram em alcunhar negativamente a manifestação de apoiadores de bandido.
Diante desses fatos, constatamos que a abolição e a igualdade nada mais foram do que um suave jogo político que ainda nos mantém nos porões da subserviência e da vadiagem. À unica garantia que possuímos é o da superlotação de prisões e das vassouras, e que não nos é facultado o direito ao exercício da liberdade sem as amarras da vigilância sistemática e controladora.
O estado Construiu nos morros e favelas uma blindagem tão sofisticada, a ponto de camuflar e justificar as ações de purificação social, aplicando a repressão ao crime de maneira tão seletiva que, chegou ao ponto de fazer com que o próprio grupo a quem se destina o aparato repressivo proclamasse do alto berço da sua ignorância o endurecimento das penas.
O morro ainda espera por justiça, e enquanto ela não vem, milhares de guilhermes tombam diariamente nos quilombos de uma favela chamada Brasil. Axééééé meus parceiros!!!

por: Kinha (griôs)
Fonte: Griôs

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